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sábado, 14 de julho de 2012

A pasta dos trabalhos do meu filho

Ou como poderia escrever, a pasta dos "trabalhinhos" se os quisesse desapreciar - o que não é de todo o caso - pois, ele não está na idade de fazer trabalhos nem de (como li mesmo agora num outro blogue num post que amei e comentei logo) estar a ser "puxado".
Ontei, na casa da ama do meu filho reparei nalguns trabalhos expostos na parede e fui ogo "cuscar" - eram dos mais crescidos, cada um diferente do outro, explorando técnicas e materiais diferentes - e o Martim, que estava ao meu colo quis deitar logo a mão. "Não são teus amor," disse-lhe e a ama mostrou-me os "dele". Numa pasta azul, estavam guradadas já as suas poucas obras de arte. Numa folha vários riscos (da sua mãozinha de 22 meses) ao lado de alguns bonecos. "São da M. esses, apanhei-a já ela tinha desenhado na folha do Martim" - esclareceu-me a ama. Claro que eu sabia que aqueles traços, ainda infantis, mas mais definidos, eram de uma criança mais velha e sabem que até me agradou que ela tivesse guardado aquela folha? Ele tem ali as suas tentativas de desenhar - livremente -  e o modelo de uma menina de 3 anos, que na sua ingenuidade o quis ensinar a fazer como ela. É tão bom não é? E assim eles estão a crescer juntos, a servir de modelos uns para os outros, a ensinarem-se mutuamente.
Noutra folha, uma gravura foi pintada pelo meu filho, com traços retos e usando a sua força na folha para conseguir nela transpor a cor. Ali não importava o desenho previamnete marcado, nem o limite das linhas - isso nem devia lá estar - importa a forma como, tal como os mais velhos que pintavam com cuidado dentro das linhas, ele quis tentar também participar numa atividade como os outros. Não ficou no chão com os legos, quis sentar-se, quis pôr-se de joelhos, quis chegar à mesa e pintar. Melhor que tudo, participar.
Tão bom!

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