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domingo, 21 de março de 2010

Ser Criança

Ontem estive no habitual parque de diversões a trabalhar, algo que eu adoro e que sinto não como uma obrigação, mas uma sorte. Pois não é tão bom ver as crianças ser Criança, vê-las inventar, sonhar, criar personagens imaginárias, correr, saltar, cair e até fazer birra?
Ontem a R. (5 anos) veio pedir-me uma pintura de uma chita - ela e mais metade do grupo com quem ela vinha, todos sensivelmente da mesma idade, vá-se lá saber porquê - a qual eu tentei fazer com o empenho necessário que todas as crianças de 5 anos merecem. Feliz da vida, lá foi brincar. Minutos depois, ouvi uma gritaria enorme e saí logo a correr da mesa das pinturas para ver o que se passava. A R. chorava agarrada à mão, dizendo "Ai os meus dedinhos!" Entre gritos e lágrimas, lá consegui lavar a mãozinha e começar a pôr gelo. A gritaria passou imediatamente qaundo a M. lhe disse que íamos ao hospital: "Olha, já tá bom!" e saiu logo do colo para ir brincar.
Minutos depois nova birra, desta feita porque queria tirar a pintura da chita, porque tinha ido beber água, esquecera-se e limpara a cara à manga da camisola. Agora a manga estava amarela (em lugar de vermelha) e ela com a cara toda borrada. Lá lhe fiz mais umas pintas na cara a disfarçar o esborratado, mas as birras (por tudo e por nada) continuaram manhã fora, até que pensei: "Já chega!" Sentei-me ao seu lado no chão, cruzei os braços e pús cara feia. Ela falava comigo e eu respondia-lhe: "Não me interessa, agora tou a fazer uma birra", depois comecei a chamar outras crianças para fazer birra comigo "Ó M. queres fazer uma birra também?" Ela olhou suspeita para mim em primeiro e depois ficou a observar-me atentamente, até que começou a rir , levantou-se e foi-se embora. Conclusão: Às vezes temos de nos sentar no chão e fazer como eles fazem, para alcançar-mos o que queremos.
Mas comecei por dizer que as crianças são maravilhosas e tal e, ainda só falei em  birrinhas? Pois é, mas até nisto elas são boas! é que isto de fazer uma boa birra dá uma trabalheira e depois até cansa um bocado!

Elsa Filipe

sexta-feira, 19 de março de 2010

A de Autismo

Estava a arrumar alguns dossiers lá por casa, até porque era meeeesmo necessário e encontrei um trabalho que fiz acerca do Autismo e algumas pesquisas associadas. Num dos colégios onde trabalhei deparei-me com um menino que os pais e outros colegas me disseram desde logo ser "difícil" por ser Autista. Depois, com o tempo e com pesquisa e algumas conversas com os pais do J. percebi que o seu problema se chamava Sindroma de Asperger (no livro "Corações em Silêncio" de Nicholas Sparks, também há uma criança com este Síndroma) e que, mesmo parecendo difícil, o relacionamento com aquele menino era possível e tão bom!

O diagnóstico de autismo pode ser feito antes dos 3 anos de vida, mas no entanto, é frequente que só seja detectado quando entram na escola, por exemplo. No caso do J. ele estava no primeiro ano. Era uma criança muito meiga, mas que por vezes tinha dificuldade em demonstrar adequadamente os seus sentimentos e, principalmente em lidar com a frustração. Se algo saía da sua rotina, o J. entrava em desespero e chorava, gritava, batia com a cabeça no chão, fugia da sala, corria.... no entanto, um abraço forte e apertado para o fazer sentir afecto e segurança, deixava-o descer de novo à terra e voltar a ser o menino meigo que era. A relação com os pares era muito difícil, mas em parte também porque a sala onde estava no ATL não era muito estável ao nível da criação de laços: horários diferentes, crianças a entrar e a sair a toda a hora, muita dificuldade em manter uma rotina idêntica todos os dias, faziam-no sentir perdido. E a saída e entrada de várias educadoras também não ajudou na minha opinião.

Aqui ficam alguns sianis de alerta, no caso de bebés com idade inferior a 2 anos:
- O bebé não sorri e/ou não demonstra interesse no colo quando os pais se aproximam;
- Evita olhar nos olhos de outras pessoas (ou o faz de forma pouco intensa);
- Parece não ouvir quando outras pessoas o chamam, mas tem interesse intenso por sons de objectos;
- Apresenta sons (balbucios) mínimos ou anormais (ruídos, estalos, sons, guinchos);
- Apresenta atraso ou ausência de fala;
- Repete a frase inteira (ou a última palavra da mesma) das outras pessoas;
- Brinca de forma repetitiva e monótona ou tem movimentos ou comportamento repetitivo e sem propósito;
- Tem uma ligação intensa com algum objecto (aspirador, por exemplo);
- Comporta-se com estranhos e familiares da mesma forma;
- Demonstra medo ou raiva quando a sua rotina é modificada;
- Não percebe o estado emocional (alegria, raiva) das outras pessoas;
- Não brinca com crianças da mesma idade;

Estes e outros comportamentos são apenas exemplificativos, devendo em caso de dúvida procurar o seu pediatra para avaliação e, se a suspeita de autismo (ou outra alteração no desenvolvimento) for percebida, ser encaminhado posteriormente para um profissional habilitado. No entanto, alguns destes comportamentos isoladamente, ou esporadicamente podem ter outras causas que nada têm a ver com o Autismo.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Mais notícias

Hoje fui tomar o pequeno almoço e abri o jornal, para folhear com olhos apressados os cabeçalhos como habitualmente faço. Mais uma vez, as páginas esdtão repletas de tristes notícias: alunos com armas em escolas, o bullying, professores e pais em desespero. Só me resta lamentar, que mais podemos nós fazer quando a própria sociedade se afoga em mágoas e não tenta resolver de vez os problemas com medidas eficazes? Sinceramente, estou para aqui a escrever, mas não tenho soluções nem nada a acrescentar, sem ser a minha revolta por tudo o que se está a passar à minha volta.
Há uma falta de respeito enorme por quem tenta educar e, a violência esbate-se no dia a dia cheio de correrias. Não é dada a devida importância a pequenos delitos... o piior é quando é ganha a confiança para mais.

Elsa Filipe

domingo, 14 de março de 2010

Bebé Filósofo - novo blog

Hoje descobri um novo blog, sobre bebés, que adorei e aconselho todos a visitar: chama-se "O Bebé Filósofo" e conta já com diversos arigos interessantes: alimentação, aquisição da fala...


Visitem: bebéfilósofo

quarta-feira, 10 de março de 2010

Tipos de Bullying

Os bullies usam principalmente uma combinação de intimidação e humilhação para atormentar os outros. Deixo aqui alguns exemplos das técnicas de bullying (in.: Wikipédia):


- Insultar a vítima; acusar sistematicamente a vítima de não servir para nada.

- Ataques físicos repetidos contra uma pessoa, seja contra o corpo dela ou propriedade.

- Interferir com a propriedade pessoal de uma pessoa, livros ou material escolar, roupas, etc, danificando-os

- Espalhar rumores negativos sobre a vítima.

- Depreciar a vítima sem qualquer motivo.

- Fazer com que a vítima faça o que ela não quer, ameaçando a vítima para seguir as ordens.

- Colocar a vítima em situação problemática com alguém (geralmente, uma autoridade), ou conseguir uma ação disciplinar contra a vítima, por algo que ela não cometeu ou que foi exagerado pelo bully.

- Fazer comentários depreciativos sobre a família de uma pessoa (particularmente a mãe), sobre o local de moradia de alguém, aparência pessoal, orientação sexual, religião, etnia, nível de renda, nacionalidade ou qualquer outra inferioridade depreendida da qual o bully tenha tomado ciência.

- Isolamento social da vítima.

- Usar as tecnologias de informação para praticar o cyberbullying (criar páginas falsas sobre a vítima em sites de relacionamento, de publicação de fotos etc).

- Chantagem.

- Expressões ameaçadoras.

- Grafitagem depreciativa.
- Usar de sarcasmo evidente para se passar por amigo (para alguém de fora) enquanto assegura o controle e a posição em relação à vítima (isto ocorre com freqüência logo após o bully avaliar que a pessoa é uma "vítima perfeita").

Fala-se em violência

Na rua, nas escolas, nos jornais. O tema é a violência. A de crianças contra crianças, pares contra pares, em mostras de força e de domínio.
Antigamente, pregavam-se partidas muitas vezes inofensivas aos colegas, ou andava-se "à bulha". Havia arranhões, olhos esmurrados e continuavam amigos. Eram os "pestinhas", de sacola ao ombro que fugiam às aulas para jogar ao berlinde ou ir para o pontão pescar. Agora as coisas tomam contornos diferentes e muito mais graves. Existem novas formas de agressividade. Dão-se novos nomes às partidas entre os mais novos.

Que bom que era, no meu tempo de escola, saíamos das aulas enm guerra de raparigas contra rapazes, chamavamos nomes uns aos outros e enchiamos balões de água que atirávamos tentando molhar os oponentes. Ninguém se magoava e, ferido, só o orgulho quando entrávamos molhados em casa. No dia seguinte, inventávamos novas armadilhas, estudávamos esconderijos nas ruas e nas escadas dos prédios. Corriamos rua acima, rua abaixo e íamos a pé para casa, porque no autocarro não podíamos fazer estas guerrinhas. Eram saudáveis, acho eu, e guardo bons amigos dessa altura. Mas nós entrávamos todos na brincadeira, não nos agredíamos por sermos maus ou mal-educados. Queríamos apenas medir forças.

Esta semana um menino perdeu a vida, atirando-se ao rio, por ser alvo segundo se diz, de bullying. O que se passou com este menino, passa-se com centenas de crianças pelo país fora. Algumas falam com os pais e as escolas são avisadas, outros têm vergonha e medo de represálias.

Bullying é um termo inglês utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo (bully ou "valentão") ou grupo de indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir outro indivíduo (ou grupo de indivíduos) incapaz(es) de se defender. Também existem as vítimas/agressoras, ou autores/alvos, que em determinados momentos cometem agressões, porém também são vítimas de bullying pela turma. (in: Wikipédia).

segunda-feira, 8 de março de 2010

Ai se fosse meu filho!

Andei mais uma vez de volta do blogue das mães desnaturadas. Eu não tenho (ainda) filhos mas tenho boas histórias em que (quase) me passei da cabeça. Podem dizer que se fosse comigo não iria fazer nada do que estava a pensar, mas claro que no calor da situação é que se tomam as decisões e que quem está de fora tem opinião diferente (e não racha lenha...).

Principalmente, o que mais me custa a ver são as mamãs que aceitam tudo dos filhos sem lhes dizerem nada em troca, do tipo: "Eu vou a tal sítio", "Eu não como essa M.....", "Eu não visto isso nem morto". Farto-me de ouvir estas e outras barbaridades da boca de crianças (e não só dos que estão na idade do armário, mais velhos e refilões, do tipo "eu já sei tudo", mas também dos mais pequenos, que ainda nem sabem assoar o nariz sozinhos). Não estou com fundamentalismos, porque como já disse, não tenho filhos, mas o que me irrita são os pais reagirem a respostas deste tipo com cedências imediatas. Do género: café, mãe e filha de 5 ou 6 anos. A filha: "Quero batatas fritas", a mãe: "Não. Escolhe outra coisa." Filha, de cara enfiada nas mãos como que a chorar: "Mas eu quero é as batatas!", Mãe: "O jantar ficou no prato." Filha, a gritar e espernear (e que rápido ela assumiu esta posição de negociação forçada), e mãe a levantar-se e a pedir à senhora do café um pacote de batatas para a miúda. Esperta é a filha que sabe como levar a mãe a fazer o que ela quer. E cá vou eu, não me levem a mal, se fosse minha filha, nem batatas nem nada. Porquê? Primeiro, não tinha jantado logo não devia ter o prémio das batatas. Mesmo que tivesse, em opção às batatas que ela queria, tinha-lhe dado a oportunidade de escolher outra coisa - algo que fizesse menos mal, provavelmente - se não queria, não levava mais nada e depois da birra, aí então é que nada mesmo. Mas quem sabe, quando eu tiver os meus, se não farei igual?

E outra coisa, são os que falam dos filhos de forma a mostrar aos outros que os deles são as piores pestes da escola, ou que pelo contrário são os maiores santos. Nem tanto ao mar nem tanto à terra. No outro dia estava a falar com uma colega minha, mais velha, mãe repetente, que me dizia acerca de um dos seus catraios: "Ele agora anda com a mania de usar aqueles gorros horrorosos, que parece um bandido e umas calças a ver-se os boxers. Que vergonha. Só quer ir assim vestido... blá, blá, blá.
E eu, como não sei estar calada: "Mas ele já trabalha e compra roupa?"
Sinceramente, estava ela para ali a dizer mal do miúdo, se na prática é ela que lhe compra a roupa, Se não gosta, não compra e, se compra, não critica. Eu realmente...

Fim de Fim-de-semana

Mais um fim-de-semana passado e eu com a ideia de que não fiz nada do que tinha planeado. Tenho andado com tanta coisa na cabeça que depois não sei por onde nem como começar. Parece que o tempo é curto para tudo e, não o posso evitar, as minhas horas de sono não podem ser mexidas!
Se dormir o suficiente, o dia corre-me normalmente bem, porque não ando com birra como os putos. Por isso, esta semana tendo em conta que devido aos 5 ensaios da escola de samba que tive, deitei-me sempre depois da uma da manhã, o que implica adormecer lá para as tantas, porque me dá a fome e depois desperto. De manhã, a sorte é que sá entro às 11horas o que me dá para dormir até me apetecer (quase...). Ainda bem que não tenho daqueles trabalhos em que se tem de picar o ponto às oito horas, acordar às sete... Ui... ia ser lindo!

Por estas e por outras, o fim-de-semana continuou a correr mais ou menos ao mesmo ritmo: dormir de manhã e deitar tarde... tenho de me deixar disto. E hoje, vou pelo mesmo caminha parece. Ainda por cima, acho que enjoei o café. Eu bebia entre 2 a 4 cafés por dia e não tinha insónias, agora basta-me 1 e ando cheio de pica a noite toda. Em cerca de 1 mês, bebi para aí uns 7 ou 8 cafés e, ainda por cima, às vezes após o belo do café fico enjoada, mal-disposta, péssima... A redução foi enorme, mas até acho positivo.

Outra coisa, isto de ter temas mensais no blogue, não resulta. Não ando inspirada para falar de nada do que me propús, mais vale seguir a onda e deixar fluir. Os temas aparecem junto com o dia-a-dia, as ideias, os desabafos e, também, com as notícias dos media. Assim, é mais fácil e menos entediante, para mim e para quem lê.