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domingo, 9 de setembro de 2012

O bebé e os objetos de afeto

O seu bebé tem um objeto ou peluche que leva para todo o lado? Estava aqui a lembrar-me que o meu filho nunca teve um boneco especial que levasse sempre com ele. Gosta de vários e consoante a sua vontade, ora lhe apetece dormir agarrado aos tambores, ora se deita com os peluches... ora chega à cama e empurra de lá os bonecos todos e dorme sozinho. Nós nunca impusémos nada. Ontem, por exemplo, adormeceu agarrado a um boneco do Ruca, enorme e que ocupava mais espaço que ele na cama.

Até agora o Martim ainda não se agarrou a nenhum brinquedo em especial. Adora as suas bolas e os carrinhos servem para levar para a cama e para brincar até adormecer, mas pode ser um ou o outro, não mostra ter preferência por um único. No entanto, muitas crianças começam nesta idade a mostrar preferência por um determinado objecto transitivo. Mas o que é isso e o que representa para a criança?

Este termo foi inicialmente criado por Donald Winnicott em 1953, para denominar um objeto concreto selecionado e preferido pelo bebé e pela criança pequena em certas situações com vista a alcançar a tranquilidade. Este objeto pode ser um ursinho de peluche, uma fralda, um cobertor, etc.

Em termos psicológicos, o objeto transitivo constitui um tipo de mediador entre o mundo interno do bebé ou criança e o mundo externo, a realidade que o envolve, já que, apesar de ser algo palpável, é investido de simbolismo e significado subjetivo.

Segundo Winnicott, esta capacidade de utilização por parte do bebé de um objeto transitivo consente e permite a transição da primeira relação, que é oral, que tinha com a mãe, para a verdadeira relação de objeto. Este objeto é sentido como algo quase inseparável do bebé, mas em simultâneo representa a posse de algo que não é ele próprio, mas que é verdadeiramente só dele.

A função deste objeto prolonga-se durante toda a vida, como algo que é pertencente tanto ao imaginário como ao mundo real. Pode ser manifestado em vários tipos de experiência, mas especialmente nas atividades de criação sejam elas artísticas, culturais ou religiosas ou outras, que representam a capacidade do sujeito de se poder localizar no domínio do imaginário e da ilusão.


In.: http://www.infopedia.pt/$objecto-transitivo

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