“ (...) Contava o orador que, numa das usas viagens, visitou
um lugar em que se estava a iniciar uma
construção. Aproximou-se de um dos
operários e perguntou-lhe o que estava a fazer. O operário
respondeu que estava a picar uma pedra para que ficasse lisa e quadrada. De
seguida, aproximando-se de um outro operário fez-lhe a mesma pergunta, tendo este respondido que estava a preparar uns pilares que suportariam uma parede.
E questionando operário após operário, estes
foram-lhe dizendo em que
consistia o respectivo trabalho. Quando repetiu a mesma pergunta a um
outro operário, este disse-lhe que estava fazendo uma catedral. (...) De facto, o último dos operários questionados tinha uma “mentalidade” curricular
(permita-se a transposição do termo por agora apenas pertencente ao campo
educativo). Podíamos mesmo dizer, mesmo correndo o risco de
simplificar, que os outros operários tinham uma mentalidade técnica, muito próxima do sentido rotineiro, pontual e específico.”
ZABALZA, M. A. (1997) Planificação e Desenvolvimento Curricular na Escola. Edições Asa, Porto.
Em Educação Infantil, podemos considerar o currículo, como o conjunto de orientações curriculares.
Este é um instrumento fundamental para a compreensão do processo educativo, para a fundamentação de uma educação pré-escolar de qualidade, ou seja, é um conjunto de orientações que apoiam o educador no desenvolvimento do seu trabalho diário com as crianças na sua sala.

Um currículo (ou orientações curriculares), aberto, flexível, possibilitará,
assim, a consecução de uma educação crítica para uma sociedade democrática,
questionando as interpretações homogéneas com que se trabalham os currículos
(Santomé, J. 1984).
As orientações curriculares são o conjunto de princípios que apoiam o educador nas decisões, em relação às práticas lectivas, de modo que conduza com sucesso todo o processo de ensino - aprendizagem.
Não é considerado programa porque não tem um carácter obrigatório vinculativo e também porque a sua situação está mais centrada em indicações do que em propriamente em provisão de resultados a obter.
Tem como principais pressupostos:
O desenvolvimento e a aprendizagem são factores que não se separam;
Reconhecer a criança como sujeito do processo educativo, (partir sempre dos seus saberes, para acrescentar algo mais, outras aprendizagens);
A construção articulada do saber;
Pedagogia diferenciada, (cada sujeito é único e diferente).
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