(Oliveira-Formosinho, J., 2007, pg.59).
O Currículo High-Scope situa-se também no quadro de uma perspectiva desenvolvimentista para a educação de infância, iniciada na década de sessenta por David WeiKart, psicólogo americano e presidente da Fundação de Investigação Educacional High-Scope, em Ypsilanti, Michigam, Estados Unidos.
O Currículo High-Scope é um modelo construtivista e interaccionista, uma vez que considera o desenvolvimento e o conhecimento se vão construindo pelo sujeito a partir das suas interacções com o mundo que o rodeia, ou seja com os objectos e as pessoas.
(Piaget, 1969)
Piaget apresenta a criança pequena como um ser que vai construindo o seu desenvolvimento cognitivo nas acções sobre as coisas, as situações e os acontecimentos. Estas situações educacionais devem acontecer em “campos de acção”, onde possam transformar as explorações em aprendizagens significativas. Num primeiro momento, a criança manipula, explora e descobre os objectos de seu interesse num espaço em que os aprendizes activos (crianças) façam aprendizagens activas.
A aprendizagem activa é definida como a aprendizagem em que a criança, através da sua acção sobre os objectos e da sua interacção com as pessoas, chega à compreensão do mundo. O conceito de aprendizagem activa é o coração conceptual do modelo High-Scope que se apoia em quatro pilares críticos: a acção directa sobre os objectos, a reflexão sobre as acções, a motivação intrínseca e o espírito de experimentação.
Então, a criação do espaço de aprendizagem (sala de actividades) é a primeira etapa de implementação do Currículo High-Scope.
- preparar o espaço e os materiais;
- criar um ambiente de aprendizagem interactiva para cada criança e para as suas relações em grupo e com os seus pares, criando situações de socialização;
- garantir igualdade de oportunidades;
- responder aos interesses e necessidades educacionais da criança;
- proporcionar oportunidades de escolha e de liderança; e ainda...
- criar oportunidades de expressão individual e de descoberta actIva; entre outros.
(HOHMAN, 1995)
É ela que descobre, actua, manipula e experimenta e quanto mais o faz, mais aprende e se desenvolve.
Para que as experiências das crianças sejam variadas, os materiais e objectos à sua volta também o deverão ser. A criança deverá sentir-se desafiada a tocar, a mexer, a cheirar, a saborear, a fazer soar... em segurança (tanto física, como emocional).
(João dos Santos)
- FORMOSINHO, J. (Org.), Spodeck, B., Brown, P., Lino, D. & Niza, S. (2007). Modelos Curriculares para a Educação de Infância. (3.ª Ed.). Porto: Porto Editora
- FORMOSINHO, Júlia (Organização), KATZ, Lilian, MICCLELLAN, Dian, LINO, Dalila – Educação Pré-Escolar, A Construção Social da Moralidade, Texto Editora. Lisboa. 1996. 1ª EdiçãoSANTOS, João. Ensaios sobre Educação II. O Falar das Letras. Livros Horizonte. 1983
- PEARSON, Jenny e LAMBERT, Jack, Adventure playgrounds
Elsa Filipe
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