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sexta-feira, 19 de março de 2010

A de Autismo

Estava a arrumar alguns dossiers lá por casa, até porque era meeeesmo necessário e encontrei um trabalho que fiz acerca do Autismo e algumas pesquisas associadas. Num dos colégios onde trabalhei deparei-me com um menino que os pais e outros colegas me disseram desde logo ser "difícil" por ser Autista. Depois, com o tempo e com pesquisa e algumas conversas com os pais do J. percebi que o seu problema se chamava Sindroma de Asperger (no livro "Corações em Silêncio" de Nicholas Sparks, também há uma criança com este Síndroma) e que, mesmo parecendo difícil, o relacionamento com aquele menino era possível e tão bom!

O diagnóstico de autismo pode ser feito antes dos 3 anos de vida, mas no entanto, é frequente que só seja detectado quando entram na escola, por exemplo. No caso do J. ele estava no primeiro ano. Era uma criança muito meiga, mas que por vezes tinha dificuldade em demonstrar adequadamente os seus sentimentos e, principalmente em lidar com a frustração. Se algo saía da sua rotina, o J. entrava em desespero e chorava, gritava, batia com a cabeça no chão, fugia da sala, corria.... no entanto, um abraço forte e apertado para o fazer sentir afecto e segurança, deixava-o descer de novo à terra e voltar a ser o menino meigo que era. A relação com os pares era muito difícil, mas em parte também porque a sala onde estava no ATL não era muito estável ao nível da criação de laços: horários diferentes, crianças a entrar e a sair a toda a hora, muita dificuldade em manter uma rotina idêntica todos os dias, faziam-no sentir perdido. E a saída e entrada de várias educadoras também não ajudou na minha opinião.

Aqui ficam alguns sianis de alerta, no caso de bebés com idade inferior a 2 anos:
- O bebé não sorri e/ou não demonstra interesse no colo quando os pais se aproximam;
- Evita olhar nos olhos de outras pessoas (ou o faz de forma pouco intensa);
- Parece não ouvir quando outras pessoas o chamam, mas tem interesse intenso por sons de objectos;
- Apresenta sons (balbucios) mínimos ou anormais (ruídos, estalos, sons, guinchos);
- Apresenta atraso ou ausência de fala;
- Repete a frase inteira (ou a última palavra da mesma) das outras pessoas;
- Brinca de forma repetitiva e monótona ou tem movimentos ou comportamento repetitivo e sem propósito;
- Tem uma ligação intensa com algum objecto (aspirador, por exemplo);
- Comporta-se com estranhos e familiares da mesma forma;
- Demonstra medo ou raiva quando a sua rotina é modificada;
- Não percebe o estado emocional (alegria, raiva) das outras pessoas;
- Não brinca com crianças da mesma idade;

Estes e outros comportamentos são apenas exemplificativos, devendo em caso de dúvida procurar o seu pediatra para avaliação e, se a suspeita de autismo (ou outra alteração no desenvolvimento) for percebida, ser encaminhado posteriormente para um profissional habilitado. No entanto, alguns destes comportamentos isoladamente, ou esporadicamente podem ter outras causas que nada têm a ver com o Autismo.

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