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quinta-feira, 23 de junho de 2011

Ainda sobre as amas...

...ilegais.

Mais do que de ilegalidade, fala-se aqui em maus tratos e em desrespeito pela criança.

"Quando a assistente social passou pelo papagaio, percebeu que a ama (...) escondia algo. O pássaro só dizia palavrões, um léxico que parecia ter aprendido com a dona."(1) Assim começa o artigo da Sábado sobre o atual tema das amas ilegais. Mas um papagaio mal-educado, não prova nada em concreto. No entanto, basta continuarmos a ler a reportagem para ficarmos com os cabelos em pé.

"Noutras divisões havia mais crianças a dormir. E, ao fundo, na sala, estava um menino de 5 anos sozinho." Relata a assistente social que ele se tinha portado mal e estava de castigo, sozinho. "Entretanto uma bebé acordou e, em vez de a segurar com cuidado, a ama agarrou-a pelo braço e num esticão pegou-lhe ao colo. Mesmo em frente à assistente social."

E se isto é o que acontece às claras, sem mostras de remorso, que se passará quando esta pessoa fica sozinha com as crianças? Nem quero imaginar...

"Quando o caso é filmado ganha outra dimensão. Maria Helena Mesquita, conhecida por Vavá, foi filmada a bater nos bebés que tinha a seu cargo."(1)

Muitas são as situações que chegam à PJ mas dessas, nem todas têm seguimento. Falta de provas é a razão mais frequente. "Entre os processos mais violentos está o de uma criança que era queimada pela ama com pontas de cigarros." Esta "alegou que o miúdo se punha a engomar e queimava-se no ferro." Mas nem que isso fosse verdade, as marcas são diferentes e não é de esperar por nenhum pai ou mãe (espero eu) que uma criança entregue aos cuidados de uma ama se ponha sequer a passar a ferro! (Nem que a queime com cigarros!)

Além dos maus tratos, também há os acidentes, que acontecem por descuido, falta de capacidade para tomar conta de crianças e bebés, falta de formação e negligência. São frequentes quando as amas, aproveitam quando as crianças dormem a sesta, para irem ao café ou ao cabeleireiro. Nos casos de acidente, há a situação em que uma criança morreu porque a ama a virou ao contrário e a sacudiu porque se tinha engasgado.

(1) - BARBOSA, André et al., "Vai deixar o seu filho numa ama?", SÁBADO, nº 371;

2 comentários:

disse...

como se pode ler no meu cantinho,eu sou ama profissional e estou agora à espera da autorizaçao para poder tomar conta de tres crianças...(de momento tenho para duas)
fico tola com isto que se ouve e que se lê,como é possivel,elas merecem prisao!

CC disse...

Olá, "cai" aqui no teu blog por acaso e gostei. Espero que não te importes que volte.

Quando ao tema das amas, apesar de saber que existem boas profissionais, nunca me senti confiante para deixar as minhas miudas numa ama, por mais fabulosas que fossem as referências. Exactamente porque não se sabe o que se passa dentro de casa quando estão sozinhas com os miudos.

Sempre preferi que as minhas miudas fossem para uma creche. Acho que há um pouco mais de segurança porque a qualquer momento pode entrar alguem (pais, auxiliares, outros educadores) e por norma estão duas pessoas (educadora e auxiliar) e teriam de ser coniventes no tratamento, o que tambem não seria facil.

Bjos