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segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Atira-se com filho ao rio

Esta é a notícia do Correio da Manhã de 29 Outubro 2009 - 00h30

Impressionante!


Gaia: Mulher foi salva mas menino de 6 anos está desaparecid
Anabela vivia amedrontada com a ideia do filho morrer e a cada dia que passava ficava mais convencida de que o menino de seis anos tinha uma doença incurável. Anteontem à noite a mulher decidiu acabar com o "sofrimento": em desespero pegou no filho e atirou-se ao rio Douro, levando o menino para a morte. Anabela sobreviveu, ao contrário de André. O corpo da criança continuava ontem à noite por encontrar.  
Esta foi a primeira versão apresentada pela mulher à polícia, logo após ter sido resgatada. Ao longo do dia Anabela acabou por apresentar inúmeras histórias, sendo que numa delas dizia que o menino caiu ao rio acidentalmente e que ela se tinha atirado para o salvar. As autoridades estão seguras que a versão inicial é a verdadeira.

Tudo leva a crer que a mulher preparou a morte do filho ao pormenor. Anabela saiu da sua casa, em Vilar do Andorinho, com o menino. Eram 15h00 de anteontem. As horas passaram e a família começou a ficar preocupada com o desaparecimento. Eram 08h00 de ontem quando os receios se confirmaram. "A polícia ligou à família a contar que ela estava viva e que tinha aparecido no rio. Não sabiam onde estava o menino", contou ao CM Francisco Fernandes, amigo da família.


Anabela foi resgatada por dois remadores que passavam junto à ponte D. Luís, a mais de três quilómetros do esteiro de Avintes, onde abandonou o carro, se atirou e ao menino ao rio e onde diz estar o corpo de André. Estava em hipotermia e só chamava pela criança. "Ela dizia que queria ir ter com o filho, que precisava de o ver ", disse Fernando Silva, que viu a mulher ser salva.

 No vidro da frente do carro, que foi abandonado fechado à chave, a mulher deixou dois bilhetes: com o nome e o número de telemóvel do marido.


FAMÍLIA FAZ BUSCAS NO RIO
Em desespero, alguns familiares do pequeno André pediram um barco emprestado a um pescador para assim eles próprios tentarem descobrir o corpo do menino. "Fiz questão de emprestar o meu barco à família. Eles estão desesperados e quanto mais gente procurar o menino melhor", explicou ao CM Francisco Fernando, o dono da embarcação. Quer a família quer os bombeiros procuraram o corpo do menino durante várias horas, no entanto, sem resultado.






"ELA SOFRE DE UMA DEPRESSÃO HÁ VÁRIOS ANOS"
Anabela sofre de uma depressão pós-parto desde que o filho nasceu. A partir dessa altura a mulher começou a refugiar-se em casa e deixou mesmo de trabalhar. "Desde que o menino nasceu ela ficou com uma depressão. Nunca mais foi a mesma pessoa. Andava sempre muito calada e raramente saía de casa", contou ao CM Mónica Correia, vizinha da família.

No hospital não há registos de outras tentativas de suicídio. No entanto, alguns vizinhos dizem que Anabela tinha um comportamento estranho. "Por várias vezes ela ameaçou que se ia matar. Dizia que a vida dela já não tinha importância", disse Fernanda, outra vizinha. Apesar de tudo, a mulher tinha uma boa relação com o marido e o casal raramente discutia.



Como Educadora e como mulher, estas questões também me preocupam imenso, pois custa-me imenso a perceber e compreender o que terá passado pela cabeça desta mulher. Como é que ela chegou a este ponto sem que ninguém tivesse dado conta de nenhum sinal de alerta? Será possível que andemos todos de olhos fechados com o que se passa à nossa volta?
E quantas crianças estarão em risco neste país, com progenitores como esta mulher?
 
Elsa Filipe

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