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segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Supremo reduz pena de pedófilo confesso

Hoje estou numa de explorar algumas notícias que fazem a nossa actualidade. Esta é de hoje, 02 Novembro 2009 - 00h30. E, embora algo complexa, dá muito por onde pensar...

Justiça: Tinha sido condenado a sete anos, vai passar seis na cadeia

Obrigava-os a despir a roupa, tocava-lhes no corpo e mandava-os fazer o mesmo. Depois chegava mesmo a masturbar-se em frente às crianças. Foi desta forma que durante mais de um ano um emigrante, de 55 anos, abusou de três irmãos – duas meninas de 9 e 11 anos e um menino de 12, filhos da empregada de limpeza. O caso veio a descoberto em 2008. O pedófilo confessou parte dos crimes e o Tribunal de Moura condenou-o a sete anos de cadeia, pena que o Supremo Tribunal de Justiça reduziu agora para seis anos.
Tudo começou em 2006 quando, após a separação dos pais, os menores começaram a acompanhar a mãe para o trabalho. A mulher passava graves dificuldades financeiras e o pedófilo ofereceu-se para a ajudar: dava de comer às crianças, oferecia-lhes dinheiro e deixava-as tomar banho em sua casa. Daí até aos abusos começarem foi um pequeno passo. Aproveitando-se da confiança que a mãe das crianças tinha em si, o pedófilo levava-as para sua casa. Aí, deitava-as na cama, despia-as e começava a tocá-las até se masturbar. Em outras ocasiões o emigrante chegou mesmo a tirar a sua roupa e a do menino e a obrigar a criança a sentar-se durante vários minutos no seu colo.


Com medo e vergonha, as crianças nada contavam à mãe e os abusos continuaram durante quase dois anos, até que um dos irmãos resolveu dizer o que se passava. O pedófilo foi imediatamente preso e as crianças retiradas à progenitora pois o tribunal considerou que esta teve uma atitude negligente, e decidiu colocar os três menores numa instituição.


EMIGRANTE DIZ SENTIR-SE ENVERGONHADO


Para além de confessar o que fez, o pedófilo admitiu ainda que se sente "culpado e envergonhado" por ter abusado dos menores e que quando ajudou a família nunca o fez com segundas intenções.


Emigrante na Suíça durante mais de vinte anos, o homem voltou para Portugal em 1999, onde trabalhou num bar. Um ano depois o pedófilo abandonou a companheira e desde esse dia começou a envolver-se com adolescentes e crianças, sendo estes os seus companheiros do dia--a-dia. Os exames psicológicos realizados revelaram que o emigrante tem características paranóides. Para além da baixa auto-estima e desvalorização pessoal, o homem revela uma grande instabilidade emocional e os médicos consideram inclusive que há risco de suicídio.


TRIBUNAL SEPAROU OS TRÊS IRMÃOS


Após os abusos serem descobertos, o tribunal retirou as crianças à mãe. Desde esse dia vivem em instituições separadas: o menino foi colocado na Casa Pia e as meninas na Fundação Manuel Gerardo.


Ainda hoje as crianças têm vergonha do que aconteceu. Os menores revelam uma enorme tristeza por terem sido alvo de abuso e têm muita dificuldade em falar do que se passou. Na escola o insucesso dos menores é bem visível e os comportamentos delinquentes revelam a revolta que os irmãos sentem.

Perante o juiz, o pedófilo confessou grande parte dos crimes que cometeu ao longo de quase dois anos. No entanto, durante o julgamento, o emigrante negou sempre ter abusado da menina mais nova. Para além disso, o homem chegou ainda a afirmar que as duas crianças mais velhas se expuseram e "tinham comportamentos provocatórios", o que o motivou a abusar deles.


Em alguns casos que leio nas notícias, fico desolada ao ver que as crianças além de tudo o que sofriam ainda eram maltratadas pela mãe. No entanto, neste caso segundo pelo menos o que se lê na notícia, a mãe apenas pecou ao não se aperceber do que se passava e por ter confiado demais num estranho. Mas aqui as crianças foram retiradas do seu agregado familiar e até separadas. Qual será o motivo para este desfecho?

Mais do que a redução da pena do pedófilo (porque isso já parece ser normal, apesar de absurdo, no nosso país) o que mais me choca é a forma como as crianças foram tratadas no decorrer de todo o processo. Nas suas cabeças, estará a culpa do que sucedeu - isso é comum - e o castigo pelos seus actos: ficarem longe da mãe e longe uns dos outros. Não será mais ou menos isso em que pensam? Que acompanhamento tiveram ou têm nas Instituições onde estão?

Nenhum, ou pelo menos, não o que parece adequado. Se não é assim, corrijam-me. Ficarei muito feliz se souber que o quadro destas crianças não é assim tão negro.

Elsa Filipe

1 comentário:

Viviane Patrice disse...

olá Elza, adorei ter vc no meu cantinho... pode pegar o que quiser SEMPRE, é para isso mesmo...
Tenho novidade, hj nasceu o Mascote do meu blog... passe por lá e o traga p postar no seu blog.... bjs