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domingo, 31 de julho de 2011

Para refletir...

Nós que somos mães (e pais) às vezes agimos sem pensar. Quantas vezes! Umas vezes arrependemo-nos no instante seguinte, noutras nem damos conta que errámos e deixamos o comportamento prolongar-se. Não somos más mães - embora por vezes tenhamos essa sensação - mas apenas mães!

Ontem, lia "O vendedor de sonhos" de Augusto Cury. Entre as linhas que de tal forma me estavam a prender encontrei um trecho sobre educação. Sobre o assassinato da infância na actualidade e da falta do prazer nas pequenas coisas da vida. Quantos de nós tiramos tempo de qualidade para estarmos com os nossos filhos? Para estar realmente?

Para quem não conhece o livro, aqui fica um pouco desse trecho que me fez pensar... Não pela situação em si - não me revi propriamente naquela situação em concreto - mas pelo sentimento de impotência perante as birras que o meu pirata às vezes já faz. E de como tenho dificuldade em saber como reagir, sem ceder, sem prolongar a birra e sem perder as estribeiras.

"Enquanto recordava a minha infância, o mestre parecia perscutar-me. Puxando o fôlego com vigor, comentou sobre o assassinato da infância na actualidade, uma das coisas que mais o perturbavam:
- Internet, jogos de vídeo, computadores são úteis, mas têm destruído algo inviolável: a infância. Onde está o prazer do silêncio? Onde está a arte da observação? (...)
De repente, teve uma reacção que eu nunca tinha presenciado. Vários pais passavam por nós levando os filhos, entre sete e nove anos, às compras. Eles estavam muito bem vestidos, ao rigor da moda (...)Mas revelavam evidente insatisfação. Alguns começavam a impor o que queriam consumir. Os pais, para não se perturbarem com os seus gritos e atritos, cediam.
(...)
- O que estão vocês a fazer aos vossos filhos? Levem-nos para os bosques! Tirem-lhes os sapatos, deixem-nos andar descalços na terra! Façam-nos subir às árvores, estimulem-nos a inventar as suas brincadeiras.(...)
- Quem quiser voar como uma borboleta levante as mãos.
Três crinaças levantaram as mãos, duas ficaram indiferentes e três esconderam-se atrás dos seus pais e responderam:
- Tenho medo de borboletas.
Os pais sentiram-se ofendidos com a petulância dos intrusos.
(...)
- Peço desculpa pelos meus gestos e espero que, um dia, diante dos vossos filhos, não precisem de pedir desculpas pelos vossos.
(...)"

Simplesmente, adorei!

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