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quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Creches em Portugal

Hoje vi nas notícias uma reportagem sobre uma Creche clandestina no Barreiro, sem condições para ter ali crianças (nem sei se seria a valência de Creche que estava ali a ser falada, porque me ficaram dúvidas acerca das idades das crianças que ali frequentavam). Via-se um berço numa salinha pequenina - seria um berçário? E viam-se crianças mais velhas - ATL - sentadas num canto de uma outra sala, talvez a conversar ou a brincar - que quando há jornalistas, nunca se sabe como é de facto a realidade do dia-a-dia, porque muita coisa será alterada para as filmagens. Pena a dona da Creche ou alguém responsável, não ter falado. Se não queriam falar, porque deixaram filmar? Não entendi.
Enfim, outras "Creches" assim haverão no nosso país, sem licenças e sem condições.

Por outro lado, também tenho ouvido falar muito nas notícias sobre outras Creches. As que o Primeiro-ministro tanto aclama, numa repetição de reportagens sobre a inauguração de uma Creche na Amadora. Pois com tanto falatório ainda me passou pela cabeça - ingénua - que finalmente se considerassem as crianças até aos 3 anos como fazendo parte do sistema educativo. Afinal estava enganada. Nada mudou.


Até aos 3 anos, a criança não é criança, não existe para o Sistema Educativo português e por isso é tão fácil haver Creches clandestinas a funcionar e outras licenciadas, mas que funcionam mal nesta valência que tantas vezes é posta de parte. Os próprios pais em alguns casos não estão informados sobre as diferenças entre Creche e Jardim de Infância e quais as responsabilidades destas duas valências. Não sabem qual o papel da Educadora na sala da Creche. Já me confrontei até com a ideia "para quê uma educadora se eles não fazem nada?" (Nada = trabalhinhos, desenhinhos, para mostrar aos pais).

Acrescento: fazem mil e uma coisas. Todos os dias! As salas de Berçário e a sala parque são das que mais trabalho dão a uma (boa) educadora. Uma (boa) equipa educativa de uma destas salas, sente necessidade de reunir todas as semanas, senão todos os dias. Prepara exaustivamente o dia seguinte e, mesmo assim, a toda a hora é "surpreendida" com alterações, ditadas (assim deveria ser) pela evolução e desenvolvimento individual de cada criança, com as suas vontades pessoais e com as suas necessidades.

É também pela falta de Creches em Portugal e por estas nem sempre serem convenientemente estruturadas, que há tanta dificuldade em encontrar vagas para colocar os nossos bebés numa boa Creche. É por isso, que muitas mães ainda grávidas começam a procurar um sítio onde colocar os bebés quando o dia chegar e, até, quem o comece a fazer quando planeia engravidar.

Existem de certo boas excepções, mas algumas das colegas que trabalham na valência de Creche, já foram ou são tratadas de forma diferente das colegas do Jardim de Infância. Mas o seu trabalho é tão importante quando o das outras educadoras.

Elsa Filipe

1 comentário:

Angela disse...

Não poderia estar mais de acordo com as opiniões por si expressas. Quando Veremos reconhecida a importância do trabalho educativo que se desenvolve na Creche? Haverá período mais determinante no desenvolvimento humano do que o que ocorre nos 3 primeiros anos de vida?
Reconhecer a importância da Creche é reconhecer a importância do própria bebé em desenvolvimento.

Aproveito para desejar-lhe as melhores felicidades para o grande momento que se aproxima; o nascimento de um filho é sem dúvida o momento mais importante, mágico, misterioso e belo que alguém pode sentir na vida!
muitas felicidades; um abraço, Angela (GaláxiaInfância)