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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Gravidez-hábitos nocivos a evitar - parte 4

O consumo de álcool é um dos vícios que mais afecta o bebé, aquando da sua ingestão durante a gravidez. Uma dessas lesões graves é o aparecimento de atraso mental. Há que reflectir sobre estes e outros factos:

"A ingestão regular de álcool pela mulher grávida (...) pode originar no feto um conjunto de alterações graves, designado por síndrome fetal alcoólico, que ocorre numa percentagem variável, mas que pode atingir os 30% nessas mulheres. No entanto, mesmo com doses menores de álcool, já são observadas alterações fetais."(1)

É por certo sabido, que "o álcool tem efeitos tóxicos directos no processo de divisão das células. O risco de malformações é mais elevado, quando a alcoolização da grávida se faz por episódios agudos, nos primeiros meses de gravidez."(2)


Alguém precisa de mais alguma razão para não beber durante a gravidez?

Então, aqui fica:

"Os recém-nascidos com síndrome fetal alcoólico apresentam habitualmente um peso baixo, atraso mental, distúrbios do comportamento (irritabilidade) e alterações características da face e do crâneo: microcefalia (cabeça pequena e alterações do cérebro), microftalmia (olhos e/ou fendas palpebrais pequenas), nariz pequeno, lábio superior com fenda e fino, maxilar superior pouco desenvolvido e achatado. Podem ainda ser observadas anomalias do coração e do esqueleto, nomeadamente da coluna vertebral."(1)




Ou seja, são crianças com:

- "dismorfia da face, mais evidente entre os 8 meses e os 8 anos: fissura palpebral (espaço entre as 2 pálpebras) pequena, ptose palpebral (queda da pálpebra superior), região média da face achatada, narinas (orifícios nasais) mais anteriores, filtro do lábio superior (região por cima do lábio superior) liso e fino;"
- "deficiente crescimento intra-uterino e após o nascimento;"
- "lesão e disfunção do sistema nervoso central: atraso do desenvolvimento neuropsicomotor, défice de atenção e/ou hiperactividade, dificuldades de aprendizagem, comportamentos inapropriados e imaturos, problemas na fala e audição, etc."(2)
"Os distúrbios comportamentais, como por exemplo o síndrome de hiperactividade e défice de atenção e as dificuldades de aprendizagem só se tornam aparentes em idade escolar."(2)
Qual é o mecanismo?
"O álcool atravessa livremente a membrana placentária, uma vez que as suas moléculas são pequenas e rapidamente solúveis na água e nos lípidos. A passagem do álcool vai fazer-se então facilmente e na dependência, somente, do fluxo de sangue e segundo um gradiente de concentração, isto é, da zona de maior concentração para a de menor concentração."(2)

"Quando a mãe bebe, a concentração do álcool no seu sangue sobe rapidamente, enquanto que no feto a concentração máxima tem lugar algum tempo mais tarde, embora nunca atinja valores tão elevados."(2)
"Como a mãe metaboliza o álcool, a concentração no seu sangue vai descendo. No feto, pelo contrário, a concentração de álcool no sangue manter-se-á elevada durante mais tempo, uma vez que o feto não é capaz de metabolizar esta substância."(2)
Quais as mulheres grávidas que estão em risco?
O "National Institute on Alcohol Abuse and Alcoholism Guidelines recomenda que qualquer mulher que beba mais de 7 bebidas por semana ou mais de 3 bebidas no mesmo dia deve ser tratada, dado o risco de problemas relacionados com o álcool."

"O aconselhamento de mulheres em idade fértil que bebem pequenas quantidades de álcool antes de saberem que estão grávidas é um problema complexo mas muito importante, já que cerca de 30% das grávidas portuguesas se encontram neste grupo." Assim sendo, poderá a mãe estar a consumir sem saber que entretanto engravidou, e "a criança cuja mãe ingeriu bebidas alcoólicas de forma regular no primeiro trimestre de gestação possui risco aumentado de lesão do sistema nervoso central."(2)

"Não existe uma abordagem terapêutica directa para o síndrome alcoólico fetal. É, no entanto, importante estabelecer o diagnóstico antes dos 6 anos de idade, de forma a ser possível uma intervenção atempada."(2)

"O limiar mínimo de álcool necessário para o desenvolvimento de malformações no feto de causa alcoólica não está bem estabelecido, pelo que se deve: "evitar qualquer ingestão de bebidas alcoólicas durante a gravidez". O síndrome alcoólico fetal é 100% evitável!"(2)

O conselho é que em caso de dúvida não deve mesmo beber nada alcoólico, para desta forma não prejudicar o correcto desenvolvimento e a saúde do seu bebé.

Bibliografia:

(1)-SANTOS, Antónia, "Perigos a evitar na gravidez", Pais e Filhos, Junho de 2002;
(2)-http://cssernancelhe2.com.sapo.pt/alcool-gravidez.htm

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